Procure uma válvula de escape e se redescubra no mundo da fotografia
Juliana Sabbatini
Que fotógrafo nunca teve aquele momento do “preciso buscar meu olhar”?
Aquele momento de se sentir “num beco sem saída” de tão cansado e de não conseguir fazer algo diferente em seus trabalhos? Acho que todos nós passamos por esses momentos. Quem nunca olhou fotos como referência e comparou com seu próprio trabalho, não sabe o que é o pensamento: “preciso melhorar”. Muitas vezes em competição não com os outros, mas consigo mesmo.
Mas, melhorar onde? Dizem alguns. Muitas pessoas acabam se apaixonando tanto pelos nossos trabalhos, que muitas vezes nem nós mesmo entendemos pois, queremos sempre mais. Isso mesmo! Tirar um dia e parar de pensar na fotografia como obrigação, como um trabalho a ser entregue. Esvaziar a mente para que novas ideias surjam. Relaxar.
Se inspirar em ar puro e renovar as energias. Assim como em todo trabalho, a arte de fotografar em seu papel principal, se perde quando o foco não relaxa. Quando não pausamos para olhar onde estamos focando.
E, o que queremos de fato, focar. Convém sair, aquietar a ânsia do “preciso de algo novo”, “ideias novas”. Foi durante esses momentos de relaxamento que algumas fotos minhas com a intenção, apenas, de registrar sem compromisso, acabaram se tornando a capa de catálogos. A arte está intimamente ligada a nossa forma de viver. Chega a ser até interessante se paramos para pensar.
Precisamos estar relaxados para a chegada de um novo amor. São nos momentos de distração que as melhores situações acontecem. São nos momentos de calmaria que tomamos as melhores decisões. Até mesmo em nossa intimidade, nossos melhores sentidos são quando estamos com a mente livre de problemas e obrigações.
“Mente quieta, espinha ereta e coração tranquilo”
Vá ao cinema. Viaje. Ou até mesmo saia em rumo por aí. Observe tudo. Olhe com atenção em cada detalhe, seja na natureza, no comportamento das pessoas, seja nas linhas retas ou curvilíneas das construções. Olhe atento para o sorriso das crianças.
Se inspirem sem o compromisso sério do “ter que criar e fazer”. Ouça músicas diferentes. Vá a lugares que nunca foi antes. A natureza é mestre em nos ensinar tudo sobre composição. Se infiltre nela! É nos momentos mais relaxantes, que surgem as ideias, um respiro novo, um olhar novo e sem dúvida aquela vontade de voltar com tudo.
A arte exige de nós, ar. Um suspiro, um respiro para inovar.